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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Memória muscular, treinamento e destreinamento


 
Muito se fala nas academias sobre “memória muscular”, “treinamento” e “destreinamento”. Muitas vezes os conceitos são passados de pessoa para pessoa, quase sempre sem nenhum tipo de embasamento científico. Afinal, tais situações ocorrem mesmo? Como são seus mecanismos?

É consenso geral que, quando se pára de praticar musculação, passado algum tempo começa-se a perder força e massa muscular de forma gradual (atrofia muscular), basicamente perde-se uma parte dos ganhos obtidos com a musculação. Mas também acontece muitas vezes que quando se recomeça os treinos, também se recupera em poucas semanas a massa muscular e a força que se perdeu.

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As adaptações de cada organismo ao treinamento prolongado ocorrem como resultado dos estímulos crescentes do exercício (atividades com cargas e seu aumento), que provocam alterações no formato e na função da musculatura, e qualquer melhoria nesse estado requer um grau maior de estímulos intensivos. Entretanto, quando a pessoa para de se exercitar, estas adaptações são perdidas, o que levará a um estado chamado de destreinamento. As razões pelas quais ocorrem a falta do estimulo são inúmeras, podendo ser por doença, acidentes, interrupção do treinamento, entre outros. A diminuição da capacidade de treinamento ocorre rapidamente: em apenas uma semana de descanso total observa-se uma queda de até 7% no consumo máximo de oxigênio. Em geral, os benefícios do treinamento são totalmente perdidos após um período de 4 a 8 semanas sem estímulos. Durante a fase de destreinamento os sintomas mais comuns são insônia, dor de cabeça, sensação de fadiga, falta de apetite, depressão e irritabilidade. Embora esses sintomas não sejam considerados patológicos, os mesmos indicam a inabilidade do organismo para se ajustar a inatividade física e podem persistir por um período prolongado de tempo, ou seja, meses ou até anos.

Muitos são os fatores que influenciam tanto no ganho quanto na perda de massa muscular. Entre eles, herança genética, continuidade na prática desportiva e outros. A memória muscular é uma característica presente nas células musculares, miócitos. Quando o indivíduo encontra-se inserido numa atividade física, as células musculares tornam-se hipertrofiadas, ou seja, aumentam de tamanho. Os miócitos estimulam a produção de proteína e por tal motivo, os tecidos musculares trabalhados tornam-se “maiores”. Sempre que se interrompe esse trabalho físico, a atividade dos miócitos é reduzida. Reduz-se também, por consequência, a massa muscular de tal indivíduo. Porém a diminuição da massa muscular não significa que todo o trabalho realizado durante os período de esforço físico foi perdido. Os núcleos das fibras musculares encontram-se estagnados, porém não inativos.



Ilustrando, verifica-se que os núcleos dos miócitos ficam à espera de um retorno da rotina física. Quando isso acontece, já existe presente nesses uma informação anterior devida à rotina física pré-existente. Portanto, as células musculares encontram uma maior facilidade de retorno à atividade muscular intensa. Sendo assim, os resultados visíveis também são mais rápidos. Tal capacidade é denominada “memória muscular”.

Cientistas afirmam que os indivíduos praticantes de atividade física na juventude possuem maior memória muscular do que aqueles que iniciam uma prática esportiva na fase adulta. Tal acontecimento deve-se ao fato de ser a juventude a fase de maior desenvolvimento muscular do indivíduo.

Ao contrário de outros tipos de células, as células musculares possuem mais do que um núcleo, podendo chegar a conter centenas de núcleos. O motivo pelo qual os músculos precisam de um número elevado de núcleos, é porque são basicamente os centros de controlo que comandam as células, e dado que as células musculares são muito maiores e também muito mais complexas do que outras células do corpo, a presença de apenas um ou dois núcleos é largamente insuficiente para controlar essa célula.

Por isso, quando a massa muscular aumenta de tamanho, também é necessário adicionar mais núcleos. Isto já foi comprovado numa série de estudos, nos quais o número de núcleos aumentou à medida que ocorria a hipertrofia da massa muscular.

Também já foi demonstrado que os utilizadores de esteróides anabolizantes e as pessoas com facilidade em desenvolver massa muscular possuem um maior número de núcleos nos músculos do que o normal. Tal como acontece quando se trata do aumento da massa muscular, acreditava-se que acontecia o oposto quando se perde massa muscular – ou seja, que se perde alguns núcleos devido ao fato de já não serem necessários, o que não é verdadeiro.

 

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