Não há sensação
mais prazerosa do que abrir um pacote de 500g de chocolate e mandar ver, seja
por fome, gula ou por algum desgosto sentimental. O fato é que, desde a
abertura do famigerado pacote, a sensação é indescritível. Não é por menos: a
delícia, consumida desde o tempo dos astecas e maias estimula a liberação de
serotonina, o mesmo hormônio liberado durante o sexo. Entretanto, apesar de
todo este prazer, a culpa de se ingerir uma tonelada de calorias proporcionadas
por esse doce é assunto recorrente entre os seus consumidores, sendo que uma
única barra grande de chocolate ao leite pode conter até 700 calorias. Tais
emoções conflitantes acabaram gerando, em todos estes anos, uma sequência de
mitos em torno deste doce, sendo que somente alguns deles possuem um fundo de
verdade.
Um destes mitos é
o de que o chocolate amargo é mais
saudável e o chocolate branco o mais gordo. Tal mito é verdadeiro; o
chocolate amargo, principalmente as versões que contém 70% de cacau, possui bem
menos gordura e açucar. Um estudo conduzido pelos pesquisadores italianos
Davide Grassi e colegas, na Universidade de L’Aquila, na Itália, observou que o
chocolate amargo possui flavonóides, que, por suas propriedades antioxidantes,
é protetor para o coração e, quando administrado por curto período de tempo,
pode até mesmo diminuir a chance de diabetes e hipertensão arterial. Já o
chocolate branco, na verdade, não possui cacau; é simplesmente uma mistura de
açúcar, óleo e gordura.
Outro senso comum
é de que a ingestão do chocolate diet
não ocasiona tantos efeitos deletérios na contagem de calorias quanto ao comum.
Infelizmente, tal afirmação é incorreta, dado que possui, na verdade, muito
mais calorias do que o comum. Isto ocorre pois tal formulação é feita para
diabéticos, ou seja, não contém açúcar. Porém, para manter o gosto inalterado,
há adição de grande quantidade de gordura no doce.
“Chocolate causa espinhas”. Esta informação,
apesar de já rebatida por vários autores, continua sendo utilizada como senso
comum. Um estudo publicado por James E. Fulton Jr, no periódico JAMA, recrutou
65 pessoas com acne moderada. Metade destes pacientes ingeriram, duas vezes por
dia, uma barra com 10x mais chocolate que o comum, o que adicionava 1200
calorias/dia na dieta, e a outra metade ingeria um doce com gosto parecido com
o de chocolate, mas que continha adição zero de chocolate. No final de 6 meses,
nenhum dos dois grupos havia alterações na quantidade de espinhas ou na
produção de gordura. Portanto, tal afirmação é incorreta.
Cuidado com o pé na jaca!
A afirmação de que o chocolate vicia é parcialmente correta.
Apesar de não ocasionar qualquer tipo de dependência ou conter qualquer
substância que o faça, a sensação de prazer relacionada à serotonina que o
chocolate aumenta a liberação proporciona uma sensação de bem-estar. Auxilia,
com isto, em mulheres com sintomas de stress secundários à tensão pré-menstrual
(TPM).
Felizmente, a
afirmação de que o chocolate previne o
envelhecimento e doenças cardiovasculares é verdadeira – estudo conduzido
por Mauro Serafini e colegas na Universidade de Roma, afirma que os flavonóides
contidos no chocolate são excelentes antioxidantes, aumentando a saúde do
coração e dos vasos por seu mecanismo de evitar trombos, responsáveis por
infartos, AVCs e tromboses de pernas, por exemplo.
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