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sábado, 2 de novembro de 2013

Chocolate - Mitos e Verdades!


Não há sensação mais prazerosa do que abrir um pacote de 500g de chocolate e mandar ver, seja por fome, gula ou por algum desgosto sentimental. O fato é que, desde a abertura do famigerado pacote, a sensação é indescritível. Não é por menos: a delícia, consumida desde o tempo dos astecas e maias estimula a liberação de serotonina, o mesmo hormônio liberado durante o sexo. Entretanto, apesar de todo este prazer, a culpa de se ingerir uma tonelada de calorias proporcionadas por esse doce é assunto recorrente entre os seus consumidores, sendo que uma única barra grande de chocolate ao leite pode conter até 700 calorias. Tais emoções conflitantes acabaram gerando, em todos estes anos, uma sequência de mitos em torno deste doce, sendo que somente alguns deles possuem um fundo de verdade.

Um destes mitos é o de que o chocolate amargo é mais saudável e o chocolate branco o mais gordo. Tal mito é verdadeiro; o chocolate amargo, principalmente as versões que contém 70% de cacau, possui bem menos gordura e açucar. Um estudo conduzido pelos pesquisadores italianos Davide Grassi e colegas, na Universidade de L’Aquila, na Itália, observou que o chocolate amargo possui flavonóides, que, por suas propriedades antioxidantes, é protetor para o coração e, quando administrado por curto período de tempo, pode até mesmo diminuir a chance de diabetes e hipertensão arterial. Já o chocolate branco, na verdade, não possui cacau; é simplesmente uma mistura de açúcar, óleo e gordura.


Outro senso comum é de que a ingestão do chocolate diet não ocasiona tantos efeitos deletérios na contagem de calorias quanto ao comum. Infelizmente, tal afirmação é incorreta, dado que possui, na verdade, muito mais calorias do que o comum. Isto ocorre pois tal formulação é feita para diabéticos, ou seja, não contém açúcar. Porém, para manter o gosto inalterado, há adição de grande quantidade de gordura no doce.

“Chocolate causa espinhas”. Esta informação, apesar de já rebatida por vários autores, continua sendo utilizada como senso comum. Um estudo publicado por James E. Fulton Jr, no periódico JAMA, recrutou 65 pessoas com acne moderada. Metade destes pacientes ingeriram, duas vezes por dia, uma barra com 10x mais chocolate que o comum, o que adicionava 1200 calorias/dia na dieta, e a outra metade ingeria um doce com gosto parecido com o de chocolate, mas que continha adição zero de chocolate. No final de 6 meses, nenhum dos dois grupos havia alterações na quantidade de espinhas ou na produção de gordura. Portanto, tal afirmação é incorreta.

Cuidado com o pé na jaca!

A afirmação de que o chocolate vicia é parcialmente correta. Apesar de não ocasionar qualquer tipo de dependência ou conter qualquer substância que o faça, a sensação de prazer relacionada à serotonina que o chocolate aumenta a liberação proporciona uma sensação de bem-estar. Auxilia, com isto, em mulheres com sintomas de stress secundários à tensão pré-menstrual (TPM).

Felizmente, a afirmação de que o chocolate previne o envelhecimento e doenças cardiovasculares é verdadeira – estudo conduzido por Mauro Serafini e colegas na Universidade de Roma, afirma que os flavonóides contidos no chocolate são excelentes antioxidantes, aumentando a saúde do coração e dos vasos por seu mecanismo de evitar trombos, responsáveis por infartos, AVCs e tromboses de pernas, por exemplo.

Por fim, observamos com tais afirmações que o chocolate, embora tenha um valor calórico elevado, seu poder nutritivo já foi bem estabelecido e não deve ser subestimado. Portanto, como todos outros alimentos de grande valor nutricional, deve ser consumido com parcimônia.

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