Existem diferentes tipos
de dor de cabeça, com diversas causas. A enxaqueca, por exemplo, acomete certa
de 30 milhões de brasileiros, e, dentro destes, 75% são mulheres, segundo a
Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBC). A enxaqueca possui muitas causas, normalmente
iniciadas por algum “gatilho” específico: pode ser privação de sono, stress
emocional, excesso de atividade física, excesso ou privação alimentar,
sedentarismo, abuso de analgésicos ou abuso de álcool. Quem sofre com tal dor
sabe o quanto é difícil de se manter sem utilizar medicamentos para aliviar a
dor.
A dor típica da enxaqueca é
caracterizada por ser só de um lado do crânio, em pontadas/pulsos, de forte
intensidade, que causa intolerância a luz, odores e movimentos. Menos
comumente, pode ser dores cervicais, na cabeça toda, em pressão. Algumas
pessoas apresentam sintomas que são denominados “aura”, sendo que a enxaqueca
pode incluir estes sintomas ou não: distúrbios visuais como flashes de luz,
pontos escuros na visão ou linhas em ziguezague. Os ataques/crises de enxaqueca
variam de pessoa para pessoa, com duração de 4 a 72 horas. Alguns enxaquecosos
apresentam manifestações que precedem a crise propriamente dita em várias horas
ou até por período superior a 24 horas e podem funcionar como uma espécie de
"aviso". Estas manifestações incluem: distúrbios do humor
(irritabilidade, ansiedade, euforia, depressão), distúrbios do sono
(sonolência, insônia), distúrbio intelectivos (embotamento mental, diminuição
da concentração) e distúrbios gastrointestinais.
Acredita-se que seu mecanismo se
inicie por contrações incorretas de vasos sanguíneos presentes no sistema
nervoso central, aumentando a pressão neste local. O tratamento envolve drogas
que atuam neste mecanismo específico, embora seu uso possa causar efeitos
secundários no sistema circulatório, sendo desaconselhadas para pessoas com problemas
cardiovasculares. O termo enxaqueca é
uma entidade específica, sendo que nem toda dor de cabeça é uma enxaqueca, pois
existem outras causas de enxaqueca, como dor de cabeça tensional, por
alterações nasais (rinites e sinusites), até mesmo sinusites e tumores
cerebrais.
O tratamento basicamente destina-se
a alterações no mecanismo de transmissão dos neurônios. Existem duas linhas de
tratamento – a profilática, na qual uma medicação é prescrita em baixas doses
para se evitarem as crises, e outra denominada “abortiva”, que tira o paciente
da crise.
Há um mito generalizado de que a
enxaqueca é emocional, não tem cura ou tratamento, seria uma forma do paciente
chamar atenção e assim por diante. Isso reflete preconceitos, e atualmente há
várias estratégias bastante adequadas de tratamento, seja medicamentosas na
crise ou na prevenção das mesmas, ou medidas de relaxamento. Muitas enxaquecas
podem ser eliminadas quando as suas causas são corrigidas. Porém, antes
precisa-se ter certeza se tratar de enxaqueca realmente, pois como citado, é
comum que a cefaleia seja consequência de outros problemas.
Portanto, se aquela dor de cabeça
crônica que você tem, principalmente se não há alívio algum com o uso de
analgésicos de farmácia, se há uma piora de uma dor pre-existente, se vem
acompanhada de febre alta, alterações visuais ou perda da força dos membros, ou
rigidez na nuca, procure imediatamente seu médico, preferencialmente um
neurologista.
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