Bulimia é um transtorno
alimentar conhecido pelo dismorfismo corporal, ou seja, insatisfação
crônica com o corpo; tal insatisfação leva à compulsão alimentar seguida por
comportamentos não saudáveis para perda de peso, como induzir vômito (90% dos
casos), uso de laxantes,
abuso de cafeína, uso de cocaína e/ou dietas inadequadas. Diferencia-se da anorexia nervosa por
envolver grande variação de peso, descontrole alimentar frequente e estar mais
associado a depressão
maior, enquanto a vítima de anorexia está mais associado com uma
magreza excessiva, longos períodos sem se alimentar e transtornos
de ansiedade.
Tem incidência maior a partir da
adolescência e de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o real número
de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e
é difícil para o próprio doente confessar seu problema. Cerca de 90% dos casos
ocorre em mulheres.
A pessoa bulímica tende a
apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria
das pessoas conseguiriam se alimentar em um determinado espaço de tempo,
seguidos pelo sentimento de culpa e tentativas para evitar o ganho de peso com
jejuns, exercícios, vômitos autoinduzidos, laxantes, diuréticos e/ou enemas. A
ingestão de grande quantidade de comida, de preferência alimentos gordurosos,
está fortemente associada à prazer, relaxamento e afeto, já que grande número
de eventos sociais envolvem comidas engordativas.
A causa exata da bulimia é desconhecida.
Fatores genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais ou culturais
podem contribuir para seu desenvolvimento. A bulimia provavelmente ocorre
devido a mais de um fator.
Alguns aspectos psicológicos
frequentes em pessoas com bulimia são:
•
Baixa
autoestima;
•
Pensamento
do tipo “tudo ou nada” (extremistas);
•
Ansiedade
elevada;
•
Perfeccionismo;
•
Dificuldade
de encontrar formas saudáveis de obter prazer e satisfação;
•
Excessivamente
críticos;
•
Excessivamente
exigentes;
•
Insatisfação
constante.
Consequências comuns
Esses comportamentos podem ter
diversas consequências negativas para a saúde como:
•
Problemas
nos dentes e gengivas;
•
Desidratação;
•
Fadiga;
•
Ressecamento
da pele;
•
Arritmia
cardíaca;
•
Irregularidade
ou perda da menstruação;
•
Obstipação;
•
Humor
depressivo e variável;
A abordagem com diversos profissionais
da área da saúde é necessário, como nutricionista, psicologista, médico
psiquiatra; inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e
abordagem nutricional em nível ambulatorial. Eventualmente, medicamentos
antidepressivos podem ser utilizados e têm se mostrado eficazes no controle dos
episódios bulímicos.
COLABOROU COM ESTE ARTIGO
Dr. Rafael Monsanto
Médico formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário