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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Anorexia



A anorexia, assim como a bulimia, é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma dieta alimentar rígida e insuficiente, que leva à baixo peso corporal e estresse físico. É uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. A busca implacável por magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo estando extremamente magras.

A anorexia nervosa afeta primariamente adolescentes, sendo cerca de 90% do sexo feminino, sendo cerca de 40% dos casos entre adolescentes. Cerca de 1 em cada 300 habitantes de países desenvolvidos já foram diagnosticados esta doença.

Tem sido enfatizada, em debates populares, a importância da mídia para o desenvolvimento de desordens como anorexia e bulimia, por alegadamente promover ela uma identificação da beleza com padrões físicos de magreza acentuada. Qualquer papel a ser exercido pela cultura de massa na promoção dessas desordens, no entanto, está ainda para ser demonstrado. Na busca da etiologia de perturbações da saúde mental, inclusive da anorexia nervosa, comumente são procuradas causas de ordem intrapsíquico, ambiental e genético.



As causas exatas da anorexia nervosa são desconhecidas. Vários fatores provavelmente estão envolvidos. Os genes e os hormônios podem desempenhar um papel no seu desenvolvimento. Atitudes sociais que promovem tipos de corpos muito magros também podem estar envolvidas.Os fatores de risco para a anorexia incluem:
   Busca pela perfeição ou foco exagerado em regras
   Ser muito preocupado ou dar muita atenção ao peso e à forma
   Problemas de alimentação quando bebê ou na primeira infância
   Determinadas ideias sociais ou culturais sobre saúde e beleza
   Autoimagem negativa
   Transtorno de ansiedade quando criança

A anorexia, embora menos comum, também afeta os homens

Alguns estudos sobre desenvolvimento de transtornos alimentares envolvendo irmãs gêmeas têm sugerido um fundo genético para o desenvolvimento da anorexia.
Pais e mães de pacientes diagnosticadas com essa desordem possuem, relativamente a grupos de comparação da população não seleta, níveis mais elevados de perfeccionismo e preocupação com a forma física.

Em relação às características psicológicas dos pacientes com anorexia, podemos destacar:
   Independentemente do subtipo de anorexia desenvolvida, restritiva ou purgativa, anoréxicas possuem, relativamente a pessoas saudáveis de sua idade e sexo, uma incidência maior de transtornos da ansiedade (especialmente o transtorno obsessivo-compulsivo) e do humor.
   Níveis exageradamente elevados de perfeccionismo (busca por padrões de conquista e realizações notavelmente altos, necessidade de controle, intolerância a "falhas" ou "imperfeições") são comuns, e mesmo centrais, no desenvolvimento da anorexia. A presença dessa busca por padrões de perfeição transcende o desenvolvimento da doença, sendo anterior a ela e permanecendo em pacientes que já foram curadas da doença. Alguns estudos sugerem que, apesar de uma inteligência média na faixa regular, anoréxicas possuem níveis mais altos de performance escolar e envolvimento acadêmico, o que sugere que o perfeccionismo nelas presente não se limita a temas relacionados apenas com comida e forma corporal.
   Outros traços obsessivos-compulsivos, além do perfeccionismo, são notados na infância de anoréxicas, principalmente inflexibilidade, forte adesão a regras estabelecidas, observação dos padrões mantidos por autoridades, etc.
   Incidência de abuso físico ou sexual é mais elevada em grupos de anoréxicos;
Para se realizar o diagnóstico, é muito importante um grau de suspeita dos pais ou familiares, pois na maior parte das vezes o doente não encara o distúrbio como doença. Durante os exames é importante descartar primeiro outras possíveis causas para perda de peso, como problemas endócrinos, intestinais ou outros transtornos psicológicos.



Em relação ao tratamento, pode ser realizado com ou sem o auxílio de medicamentos. Dependendo da gravidade do paciente pode-se pensar em internação para restabelecimento da saúde. Correção de possíveis alterações metabólicas e um plano alimentar bem definido são fundamentais.

Medicamentos usados no tratamento da depressão e da ansiedade como fluoxetina e topiramato tem mostrado bons resultados em transtornos alimentares, provavelmente por tratar os pensamentos obsessivos e compulsivos, baixa auto-estima, instabilidade e estresse que frequentemente estão associados ao quadro de anorexia.

Em relação a abordagem farmacológico tem-se utilizado principalmente os antidepressivos, mas que é uma área que carece de muitos resultados satisfatórios tendo em vista a multicausalidade da doença e a resistência dos pacientes. Dessa forma, é importante uma abordagem multidisciplinar, apoio da família e aderência do paciente. É comum os pacientes abandonarem os medicamentos que os façam reter líquidos e/ou aumentem o apetite, e esses são efeitos colaterais possíveis para grande parte dos remédios psiquiátricos.

A psicoterapia também é auxiliar no tratamento deste distúrbio, devendo ser realizada por psicólogo ou psiquiatra gabaritado para tal.

Mesmo com tratamento cerca de 30% dos pacientes voltam a desenvolver anorexia em menos de 5 anos. Mesmo nesses casos o tratamento é útil para melhorar a saúde geral de 76% dos pacientes.Em 42 pesquisas, cerca de 6% dos pacientes com anorexia morreram antes da conclusão dos estudos em decorrência de problemas relacionados ao distúrbio alimentar como cardiotoxicidade.


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